quinta-feira, novembro 30

Im(paz)ciência;

Celestial é a boca do abismo,

Não há em Terra, tão sublime sentimento,

Que sentimento? O de pré-morte!

Antes de deixar este cruel plano, muito se morre,

Mesmo ainda vivo.

Se morre de amor, de cansaço,

Ou simplesmente de exaustão.

Se morre de tanto pensar, e de não pensar nada,

Se morre de mente e de alma,

E no fim, se morre sem nada,

Sem bem, sem mal,

Sem amor, sem ninguém,

Só se morre, pois é o fim,

O fim do corpo, e porém, o fim de tudo,

E daí, já se pulou do precipício,

Já se rolou penhasco à baixo,

E tudo se foi descartado,

No final das contas,

Nem paz para a morte se tem,

Pois se morre rodeado...


Hey Lyrers, após meio século de espera, trago hoje uma reflexão sobre a visão pré-estabelecida de morte que nos é dada desde o berço. Espero que gostem!

Beijinhos da Lyra. ;)