terça-feira, outubro 31

Clamor cego;

Enclausurado,

O pássaro,

Se debate,

Numa pequena caixa de madeira,

- Oh, senhor! Ora, pai!

E se debate,

Clama e reclama:

- Oh, Deus! Oh, senhor!

E se debate,

Voa-te para fora, passarinho.

Para fora de ti!

Mas, ora, não sai do lugar,

Pois tens o pecado sobre as asas,

E a caixa, é o reflexo de seu demônio,

Enclausurado,

Ele clama:

- Oh, céus! Oh, Deus!

E seu piar, vai-se esvaindo,

Seu pequeno corpo se amolece,

E, de súbito, ele cai, e então:

- Oh, Deus!

E ali jaz o pássaro,

No chão da caixa de madeira;

A caixa foi aberta,

Mas já não se tem o que libertar!


Hey Lyrers, mil desculpas pelo hiatus, não tenho escrito tanto nos últimos tempos, mas isso não quer dizer que não tenho buscado mais inspiração para alimentar o blog. Espero que gostem do poema e que sirva para refletir sobre a vida e as complexidades da sociedade.

Beijos da Lyra. :)

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